Contributo para alterar alguns aspectos PDF Imprimir e-mail
16-Jun-2009
Começo por felicitar o BE pelo resultado obtido nas eleições europeias. Aproveito também por agradecer a oportunidade que dão em discutir o programa eleitoral. Por isso espero contribuir com a minha opinião para alguns aspectos que, a meu ver, deveriam ser alterados. Espero receber uma resposta acerca das minha opiniões nos temas que vou levantar já que admito não estar a ver o alcance das alterações.
Contributo de Miguel Martins

1. Saúde

É referido no programa "aproximação das comparticipações em tratamentos e próteses dentárias - que não venham a ser garantidas no SNS - às comparticipações definidas pelo regime actual da ADSE". Eu proponho que se deve legislar, tendo em vista, num prazo de 5 - 10 anos, acabar com a existência de dois serviços de saúde públicos. Não devemos classificar os portugueses como portugueses de primeira e portugueses de segunda. Não proponho que se acabe com a ADSE e manter o SNS. O prazo de 5 - 10 anos deve servir para que se possibilite uma convergência dos sistemas mantendo os aspectos positivos de cada um.

2. Ensino Superior

O ensino superior não deve ser gratuito. Trata-se de uma formação complementar que traz vantagens para quem o frequenta e para o país. Nas universidades públicas, as propinas não cobrem a totalidade dos custos da formação, havendo transferências do orçamento de estado para complementar os custos. O que está errado é o valor das propinas e os serviços de acção social que não funcionam. O sistema de empréstimos deve existir mas não no modelo actual que só beneficia os bancos. Deve ser o estado a suportar uma parte dos juros ou então que seja o estado conceder os empréstimos através da emissão de dívida.

3. Defesa

Portugal não deve sair da NATO mas deve pugnar pela sua extinção como aliança militar. Para isso é necessário estar dentro. Abandonar a NATO seria prescindir de uma aliança estratégica importante que temos com os EUA. Hoje não existem atentados à soberania do território nacional, mas não sabemos a situação dentro de 50 - 100 anos. Poderemos ter as províncias de Espanha independentes, a invadir Portugal...

Penso que cada vez mais a NATO se encontra na situação de quem não estiver a favor, está contra. A NATO deve sim acabar de um modo que vá perdendo importância militar porque na realidade o objectivo da sua criação deixou de existir (o bloco soviético). A exploração dos recursos no Atlântico Norte pode ser muito importante para Portugal dentro de alguns anos.

4. Energia

Portugal deve ponderar seriamente a opção de inclusão da energia nuclear para resolver o problema energético. A energia nuclear deve ser desmistificada já que se trata de uma energia mais limpa e mais barata do que a de origem fóssil. Portugal consumiu 80% de energia primária de origem fóssil. Dentro de alguns anos, os carros eléctricos aumentarão o consumo de electricidade em Portugal. Isso vai implicar o aumento de importação de gás natural e crude. As renováveis estão longe de poder resolver o problema dado o baixo rendimento e inconstância do fornecimento. Não queremos que os portugueses paguem 10 vezes mais por kWh de origem renovável, comparativamente com nuclear.

As barragens têm necessariamente que acompanhar o crescimento eólico para permitir que durante a noite haja bombagem (para cima) do excesso de energia na rede produzido pelas eólicas. Infelizmente as barragens são as únicas baterias que temos.

(Sou adepto da energia nuclear e posso esclarecer com maior pormenor as vantagens desta opção)

Espero que o meu contributo ajude a fazer um programa eleitoral forte para que o Bloco de Esquerda continue a crescer.

Miguel Martins, Estudante de Eng. Aeroespacial, Lisboa

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