100 Mbs sim, mas com mobilidade PDF Imprimir e-mail
20-Mar-2009
Debate sobre InternetActualmente os incentivos de milhões e milhões atribuídos aos Países da zona Euro, para serem aplicados no desenvolvimento da internet, levou a que Portugal (governo Sócrates) fizesse uma grande aposta nas denominadas RNG, ou seja, Redes de Nova Geração de internet fixa, que permite velocidades teóricas até 100 Mbs. Sem dúvida uma excelente velocidade. Mas hoje em dia, não basta para uma boa política de internet apostar unicamente nas RNG (rede fixa).
Contributo de António Lage

Em vez disso e bastante mais importante no mundo das comunicações será criar um programa para a internet que não se esgote na pequena visão de que a velocidade fixa a 100Mbits é tudo o que se precisa ou espera na área das comunicações, porque não é. Senão vejamos

O paradigma do momento, no mundo das telecomunicações vai muito para além da rede fixa e chama-se, actualmente, mobilidade, sendo que uma politica de qualquer governo, ao nível das comunicações que não tenha em conta este factor, é uma politica rapidamente condenada ao seu entorpecimento e consequentemente ao seu esquecimento.

Hoje, no mundo desenvolvido (e não só) já ninguém gosta de ser infoexcluído. Mas mais ainda, todos queremos estar conectados, ou seja, andamos invariavelmente com um telemóvel, ou Pda, ou portátil (que já superou os desktop em numero de vendas). Para onde quer que vamos estes gadgets fazem parte do nosso dia a dia (um telemóvel já é como que uma extensão de nós próprios). Com eles podemos mandar ou receber mails, trocar mensagens SMS ou MSN, navegar na net, trocar fotografias ou ouvir musica, tudo isto em tempo real. Tudo isto num perpétuo "movimento", e dentro, fora, ou até mesmo longe de casa.

Estes são portanto tempos da mobilidade, do estar conectado, em tempo real e em convergência, num mundo plano e ligado em rede.

Consciente das enormes vantagens da mobilidade, as empresas de comunicações (Motorola, Nokia Simens, Verizon, Alcatel Lucent etc) têm, já pronta a utilizar, a tecnologia de internet LTE (Long Term Evolucion), ou mais simplesmente chamada de tecnologia 4G (4ª geração). Esta é uma tecnologia que tal como a nova rede fixa, chega aos 100 Mbts de velocidade, mas com a enorme vantagem de não ter fios ou ser fixa (actualmente a velocidade não passa dos 20 mb). No fundo com 100Mbts móvel, um novo mundo de oportunidades nasce para os países que a adoptam, que através de uma tecnologia revolucionária, conseguem maiores índices de informação, em menor espaço de tempo e em qualquer lugar para quem a utiliza, o que se traduz em consideráveis ganhos de produtividade, maior conhecimento, mais receitas para empresas ou empresários e entretenimento em geral

Tudo aquilo que hoje podemos aceder na rede fixa em casa (tv, telefone, internet), a Tecnologia LTE - 4ª geração também oferece, sendo que tem como enorme vantagem o facto de podermo-nos servir dela não de uma forma condicionada a um lugar fixo (casa, escritório), mas antes em qualquer lugar a qualquer momento.

È aqui que o Governo de José Sócrates falha clamorosamente. Preocupado só com a velocidade de ponta da net, esquece a importância que tem a mobilidade da mesma, e resolve gastar milhões na opção mais limitada, ou seja, a de rede fixa (RNG).

Sócrates ignora assim as enormes funcionalidades da LTE 4G e a sua velocidade que é a exactamente igual à RNG (fixa) em que o governo aposta tudo, subestimando assim a visão de que o mundo actual pretende-se conectado a 24horas, em qualquer ponto do globo, acedendo a todos os pacotes de informação em simultâneo e onde os substantivo "cabo", "fios" , ou "fixa" têm já  os dias contados.

Sabendo isto não deve o Bloco de Esquerda rever-se no modelo do governo para a Internet que é rapidamente descartável no curto prazo. Pelo contrário, deve incentivar à LTE (4G) hoje mesmo e na aurora desta nova tecnologia onde Estados Unidos, Brasil ou China (3 dos maiores mercados de net do mundo) já a têm implementada.

Assim:

O Bloco de Esquerda (ao contrário do governo) para realizar a sua aposta numa verdadeira e bem sucedida politica de internet, deverá desde já, demonstrar a total abertura a modelos de incentivos à implementação em Portugal da 4ª geração de Internet (LTE), ao invés de desperdiçar enormes quantias de valor, em estratégias que rapidamente serão depreciadas.

-       Criar legislação, no sentido de promover uma aposta forte na mobilidade das comunicações (quer no sector publico, quer no sector privado). Apostar na MOBILIDADE é apostar na produtividade e desenvolvimento de um País.

-       Proceder a campanhas de divulgação e consciencialização dos portugueses sobre as vantagem da Mobilidade e da Convergência (triple play ou quadro play) no combate  ao isolamento periférico, à exclusão social, à inércia comunicacional, aproveitando as novas tecnologias de banda larga móvel (4G)

-       Apoiar pequenas e médias empresas que demonstrem poder evoluir de forma assinalável através de uma aposta na mobilidade e conectividade permanente, dos seus agentes ou colaboradores.

-       Apostar num maior desenvolvimento do tele-trabalho e do e-lerning em Portugal, no sentido de se inovar em novas formas de criar valor acrescentado para o País, aproveitando os progressos desta tecnologia.

-       Procurar fazer legislação que de forma adequada vise proteger os utilizadores da  mobilidade tecnológica,  de algumas actividades ou conteúdos que possam afectar de forma perigosa o bem estar físico ou psicológico dos mesmos. - Excesso de publicidade, divulgação de imagens ou actividades consideradas criminosas ou ilegais, etc.

- Incentivar os Cidadãos Portugueses a adaptarem-se rapidamente às tecnologias móveis de ponta que agora se apresentam, através de incentivos fiscais, e com o objectivo de contribuir para o surgimento de um novo Homem, em Portugal, actualizado e adaptado a conviver com tudo aquilo que as inovações do presente tem para dar, e ao mesmo tempo rentabilizá-las ao máximo para seu beneficio próprio e valorização  pessoal.

António Lage

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