O Bloco, as Forças Armadas e a NATO PDF Imprimir e-mail
23-Mar-2009
Cartaz do Bloco de Esquerda de 2006Uma questão que não tem merecido muita atenção por parte das Esquerdas em Portugal é a necessidade de adequar a dimensão e a forma das forças armadas à realidade geo-política e estratégica do nosso país.

Contributo de Ferreira dos Santos

Portugal é um pequeno país do sudoeste da Europa que mantém relações externas que não suscitam a previsibilidade, a curto ou médio prazo, de conflitualidades que exijam intervenções de tipo militar.

Assim a quantidade de elementos que compõem as forças armadas, no activo e na situação de reserva, são claramente exageradas.

Um movimento como o Bloco de Esquerda deve bater-se porque sejam reduzidos drasticamente os efectivos das forças armadas e para que se mantenha um aparelho militar meramente simbólico e completamente virado para as questões da manutenção da paz e da cooperação com os outros povos.

A defesa dos interesses nacionais, por exemplo na Zona Económica Exclusiva marítima não necessita de submarinos e pode ser assegurada por forças com carácter policial adequado.

As afirmações recorrentes de que temos de manter os nossos compromissos a nível militar são falaciosas e cairiam pela base se afirmássemos corajosamente a nossa preocupação com a paz e a recusa em participar em contingentes, as mais das vezes, agressores e com preocupações imperiais por parte dos nossos "aliados".

Não somos irresponsáveis nem insensíveis à situação que se vive no planeta e cujas políticas de rapina imperialista são uma das causas que propiciam eventuais ataques terroristas. Mas mesmo essas possibilidades deverão ser encaradas preventivamente do ponto de vista político e social não meramente militar.

Num país onde constantemente se ouve falar na necessidade de contenção de despesas é espantoso que os gastos com a "defesa" não mereçam ao menos estudos sérios com vista à sua utilização onde sejam mais úteis, como seja a defesa civil e a promoção da paz.

Uma medida que o Bloco deverá retomar é a intransigente defesa da saída de Portugal da Nato, inserida na exigência do fim desta organização militar que tem servido como cobertura internacional às agressões perpetradas pelos Estados Unidos nos mais diversos pontos do Globo.

Ferreira dos Santos

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