Basta dar uma volta pelo interior do nosso país para constatar o despovoamento das nossas aldeias, vilas e cidades. O continuar da debandada para as cidades do litoral, trouxe o caos nas periferias urbanas e diminuiu a qualidade de vida da generalidade dos portugueses.

Contributo de Cecília Moutinho da Silva

 

O abandono  quase completo da agricultura, decorrente, entre outras coisas, das políticas erradas da EU, provocou o deficit alimentar de que hoje sofremos.  Grande parte do que comemos é importado.

Com a adesão de Portugal à CEE e à política agrícola comum, somos pagos para não produzir, com vista ao escoamento das produções dos grandes países europeus.

Por tudo isto existe hoje uma grande carência de produtos nacionais , nomeadamente da agricultura tradicional ou biológica,  no mercado interno e externo  e um numero cada vez maior de pessoas interessadas numa alimentação baseada em produtos saudáveis, obtidos por processos respeitadores do ambiente que nos rodeia.

Ora Portugal possui condições privilegiadas para produções de qualidade deste tipo de produtos.

Começam, até, a surgir  cada vez mais jovens a interessar-se por mudar o rumo à sua vida  e a voltar à terra, quer por razões de falta de emprego, quer por razões ecológicas e ambientais.

É fundamental iniciar um debate aberto e abrangente visando o estudo de apoios nesse sentido, que permitam a sustentabilidade nas diferentes vertentes:

-  na produção  e distribuição,

-  na fixação de jovens nos locais de origem;

-  possibilitando um nível de vida aceitável a quem escolha esta via;

-  desenvolver de facto o interior do país.


Mesmo do ponto de vista da diminuição do desemprego, tal perspectiva não é, se modo nenhum, negligenciável.

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